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Nome:
Nota Histórica de Setúbal
Sufragânea:
Lisboa
Nota histórica:

Criação e Território



16 de Julho de 1975 é uma data marcante: pela Bula «Studentes Nos», do Papa S. Paulo VI é criada a Diocese de Setúbal, a Igreja de Santa Maria da Graça, na mesma cidade, foi tornada Catedral e é nomeado o seu primeiro Bispo, D. Manuel da Silva Martins. D. Manuel, nascido em Leça do Balio e até então Vigário-Geral da Diocese do Porto, é ordenado na nova Sé e toma posse da sua Diocese em 26 de Outubro do mesmo ano. Territorialmente, a nova Diocese foi criada a partir do território do Patriarcado de Lisboa (a maior parcela, englobando o território de todos os Concelhos da Península de Setúbal, excepto a zona de Canha) da Arquidiocese de Évora (precisamente a zona de Canha e Pégões, e a Paróquia da Comporta, a Sul do Sado) e da Diocese de Beja (a Península de Tróia). A pertencer ainda a Lisboa (enquanto não se providenciar de outro modo, declarava a Bula) ficavam o Santuário de Cristo Rei e o Seminário de Almada. Estas duas últimas parcelas viriam por fim a ser também reunidas ao resto do território diocesano no ano de 1999. A Diocese de Setúbal cobre assim, ao presente, cerca de 1500 km2, abrangendo a sua jurisdição a totalidade de nove dos 13 concelhos do antigo Distrito de Setúbal (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal) e ainda partes de outros dois (Alcácer do Sal e Grândola)



Génese



A criação da Diocese foi preparada de modo imediato pela criação da Região Pastoral de Setúbal por D. Manuel Cerejeira, Cardeal-Patriarca de Lisboa, em 29 de Maio de 1966, sendo seu Vigário Pastoral o Cónego João Alves, mais tarde Bispo de Coimbra, ao mesmo tempo que se entabulavam conversações com as dioceses confinantes no sentido de lhe dar um território mais congruente. Mas o anseio desta nova Igreja Particular já vinha de longe, e tinha sido expresso publicamente por diversos actores sociais na sequência da criação do Distrito de Setúbal, a 22 de Dezembro de 1926. Embora naquele momento as pretensões não tenham tido sequência, as razões que levaram à criação do Distrito justificavam na mente de muita gente a criação concomitante, e recobrindo o mesmo território, de uma nova Diocese. Na Península de Setúbal, aliás, a ideia era forte e tinha raízes ainda mais antigas pois a área, tendo sido administrada durante sete séculos de forma muito autónoma pela Ordem de Santiago, mantinha em si um certo alheamento relativamente ao estilo e ao modo do Patriarcado de Lisboa, acentuado com a enorme migração interna por causa da explosiva industrialização e crescimento populacional, feito por gente de outras regiões que não a Margem lisboeta do Tejo. Assim, a ideia foi ganhando força, ao menos nos meios intelectuais católicos da região.



Percurso



D. Manuel Martins (I Bispo, 1975-1998)



Coube-lhe o assentamento das estruturas da nova Diocese, bem como a resposta pronta aos desafios trazidos pelo ambiente politico e social daqueles tempos: a implantação da Democracia em Portugal, a construção do poder local democrático, a explosão demográfica e os problemas sociais dela decorrentes, nomeadamente no âmbito do acolhimento de enormes massas de gente provinda das ex-colónias, e depois da grande crise económica do anos 80, que varreu sem piedade o desconexo tecido social da diocese. Notável foi a sua preocupação com a promoção de um laicado esclarecido, envolvido nas questões sociais e nas realidades concretas. Ainda mais notável foi, contudo, a sua preocupação com as vocações sacerdotais e com a presença sacramental da Igreja em todas as partes do território, criando o Seminário Diocesano, fomentando novas vocações e estimulando a vinda para Setúbal de diversas ordens religiosas, percorrendo a diocese e apoiando a construção de inúmeras obras sociais. Resignou no ano de 1998, sendo sucedido por D. Gilberto dos Reis.



Gilberto dos Reis (II Bispo, 1998-2015)



Coube-lhe o trabalho de consolidação das estruturas herdadas do seu antecessor e a preparação da diocese para melhores respostas aos problemas sociais novos. Presidiu à passagem do Seminário de Setúbal para Almada, após ajustar com o Patriarcado de Lisboa a passagem do Seminário de S. Paulo e do Santuário para a Diocese. Mandou construir a nova Cúria Diocesana, no local do antigo Paço e Seminário, em Setúbal, bem como determinou o restauro profundo do monumento a Cristo Rei. Estimulou ainda a construção de diversas igrejas novas em comunidades que delas careciam e procurou, através de diversas iniciativas, instruir a Diocese, com a celebração de muitas iniciativas de celebração e formativas, promovendo a expansão da Escola da Fé e criou o novo Semanário Diocesano, o «Notícias de Setúbal», no ano 2001. Resignou em 2015, sucedendo-lhe D. José Ornelas.



D. José Ornelas (III Bispo, 2015 – 2022)



D. José foi ordenado na Sé de Setúbal em 25 de Outubro de 2015. Até à sua transferência para Bispo de Leiria-Fátima, em 2022, D. José Ornelas criou o Tribunal Diocesano de Setúbal e lançou algumas bases futuras para melhor administração dos meios diocesanos, bem como algumas iniciativas tendentes a aumentar o conhecimento e a cultura entre os diocesanos. O eclodir da pandemia de Covid19, em 2020, obrigou a uma adaptação rápida de formas de estar da Igreja, e também na Diocese de Setúbal, de algum modo não permitindo o prosseguir normal de todos os projectos em curso, e obrigando a uma criatividade de acção de que se tornou motor, já que acumulava ao mesmo tempo o cargo de Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Em Março de 2023, com a sua saída para a Diocese leiriense, a diocese entrava num período difícil da sua história, a grande Sé vacante, que iria terminar apenas dia 21 de Setembro de 2023, com a nomeação do actual Bispo Diocesano, o Cardeal D. Américo Aguiar.



Organização



A Diocese é constituída por 57 paróquias ou comunidades equiparadas (“quasi-paróquias”) e uma Capelania greco-católica, agrupadas em sete vigararias forâneas: Almada, Barreiro-Moita, Caparica, Montijo, Palmela-Sesimbra, Seixal e Setúbal. Existem capelanias hospitalares nos Hospitais da região para garantir a Assistência religiosa aos enfermos. Dispõe de três Santuários: o Santuário Nacional de Cristo Rei (Almada) e os Reais Santuários de Nossa Senhora do Cabo Espichel (Sesimbra) e de Nossa Senhora da Atalaia (Montijo).